sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

os esmagados


Os Esmagados

Espalhados em continentes
os esmagados estão
à procura de remédio
à procura de seu pão
Os olhos se dilatam
se altera a visão
no campo de refugiados
todos doentes estão

Saque, fúria cega, desgosto, assalto
milhas andadas nesse quente asfalto

Espalhados em continentes
estão os lobos do poder
hienas carniceiras
que não podem se conter
todo o dinheiro
eles querem obter
roubando e chafurdando
até não mais poder

Saque, fúria cega, desgosto
assalto
corta a mão que pega
és um grande rato!

Apertados em continentes
todos estão a viver
uns à grossa pândega
outros de fome a sofrer
olhe para todos os lados
todos os tipos você vÊ
e somente os esmagados
sentem dor ao perecer

saque fúria cega desgosto
precipício alto
morrem os esmagados
eles aceitam o fato

priscylla alves

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010


Unidos pela síndrome do pânico
E não pela esquizofrenia
Unidos abraçados um ao outro
Como fazemos todo dia

Não vemos vultos não tomamos ritalina
Nossas mãos tremem, a gente dorme na esquina
Abraçados, sem beber nem cafeína
Unidos pela síndrome do pânico
Por um piscar de olhos mecânico
Por um tique nervoso satânico

Unidos pela síndrome do pânico
Me fure com seu prego antitetânico
Não vemos vultos não tomamos ritalina
Nossas mãos tremem, a gente dorme é na esquina

Unidos pela síndrome do pânico
Decidimos não tragar a nicotina
Nosso abraço tem um quê de ritual xamânico
Estamos delirando na esquina

Unidos pela síndrome do pânico
Desfilamos na avenida do arsênico
Deitamos do lado que não vem gente
Por que queremos um descanso endêmico


por priscylla alves